1.4.13

1º de abril

No dia da mentira despeço-me de minhas não verdades. De minhas ilusões projetadas, de minhas verdades absolutas que vagam num céu cor de rosa. No dia da mentira dou um riso verdadeiro, mas que de tão aberto, parece falso. No dia da mentira contemplo e digo adeus a sonhos que não serão concretizados nunca, pois são feitos de papel marché e se desfazem na primeira chuva fina de outono. No dia da mentira pisco e ao abrir os olhos posso começar tudo de novo. No dia da mentira tudo é engraçado e parece que as mentiras tristes nunca existiram.

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