31.7.08

"Só um estantinho, por favor"

Não dá tempo de escrever, só de pensar, pensar e pensar. Isso é bom. Entre um intervalo e outro, o debate sobre o que é realmente importante.


"And love is not the easy thing
Is the only baggage that you can bring
Love is not the easy thing
The only baggage you can bring
Is all that you can't leave behind"

And if the darkness is to keep us apart
And if the daylight feels like it's a long way off
And if your glass heart should crack
And for a second you turn back
Oh no, be strong

(Chorus)
Walk on! Walk on!
What you got, they can't steal it
No, they can't even feel it
Walk on! Walk on!
Stay safe tonight

You're packing a suitcase for a place
None of us has been
A place that has to be believed to be seen
You could have flown away
A singing bird in an open cage
Who will only fly, only fly for freedom



(Chorus)
Walk on! Walk on!
What you got, they can't deny it
Can't sell it, or buy it
Walk on! Walk on!
You stay safe tonight

And I know it aches
How your heart it breaks
You can only take so much
Walk on! Walk on!

Home!
Hard to know what it is
If you never had one
Home!
I can't say where it is
But I know I'm going
Home!
That's where the hurt is

And I know it aches
And your heart, it breaks
And you can only take so much
Walk on!

You've got to leave it behind:

All that you fashion
All that you make
All that you build
All that you break
All that you measure
All that you feel
All this you can leave behind
All that you reason, it's only time
And I'll never fill up all I find
All that you sense
All that you scheme
All you dress-up
All that you've seen
All you create
All that you wreck
All that you hate

22.7.08

agora, vai!


dança
dança
dança
pança
comilança
esperança
logo eu subo e dou risada da balança...


Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar, quero ver o seu corpo dançar sem parar!

11.7.08

o ladrão



Chegou em casa esbaforido com a mochila pesada já nas mãos, fora dos ombros doloridos. Foi tirando a roupa pela casa e chutou os sapatos pra cima; o cachorro veio de encontro com o rabo abanando, brinquedo na boca, euforia. Não ganhou atenção alguma. Seu dono queria dormir. Correu pro quarto e se jogou na cama desarrumada e empoeirada, devido à janela aberta há três dias; janela que interligava a segurança de um cômodo escuro à claridade e movimento de ônibus, carros e pessoas da avenida.

Jogou-se na cama e cobriu o rosto com a coberta, como fazia em tempos nos quais seus pés ficavam longe do final do colchão. (Um tempo distante, quando medo de lagartixa era um segredo vergonhoso. “E se alguma subisse por ele durante a noite? Essas danadinhas geladas e esquisitas adoram a calada da noite, eu sei...”. A solução era cobrir-se todinho e se certificar de que o lençol não oferecia nenhuma brecha).

Pois, 100% coberto e imóvel fechou os olhos e logo dormiu. Rolou de um lado para o outro, rangeu os dentes, teve pesadelos, suou, chorou. Acordou e passou a mão no espaço ao lado. Sentia falta. Sentia falta de sua inocência e sabia que nunca mais a recuperaria. O cachorro mordeu e rasgou toda a mochila, deixando em evidência a culpa, que não o havia deixado dormir em paz. Olhou para o chão e viu os livros e discos preferidos dela ali. Vingança vã do que ela havia feito: roubado suspiros, sorrisos e coração. Ela não devolveria, ele também não. Agora, cada folha de cada livro amarelado lhe contaria uma história e cada faixa de cada disco embalaria seus momentos sórdidos. Ele tinha se tornado um ladrão para sempre. De uma vez por todas o medo de lagartixa havia sumido e dado lugar a um medo maior, o medo de fraquejar.